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grec vers portugais: Παγκόσμια Τράπεζα: Επικίνδυνη η αύξηση των τιμών των τροφίμων
Texte source - grec Τον κώδωνα του κινδύνου για την αύξηση των τιμών των τροφίμων, έκρουσε η Παγκόσμια Τράπεζα και δήλωσε έτοιμη να παράσχει βοήθεια στις κυβερνήσεις, ώστε να αντιμετωπίσουν τις αυξήσεις των τιμών σε βασικά διατροφικά προϊόντα.
Μάλιστα, η Τράπεζα σημείωσε ότι η αύξηση στην τιμή των τροφίμων επηρεάζει κυρίως τους φτωχότερους πολίτες και οι συνέπειές της μπορεί να είναι μακροπρόθεσμες.
Η ξηρασία στη Ρωσία, στην Ουκρανία και στο Καζακστάν, η ζέστη που πλήττει την Ευρώπη και η κατώτερη του μέσου όρου βροχόπτωση στην Ινδία εντίνουν τους φόβους για τη συγκομιδή του σιταριού, οι τιμές του οποίου έχουν αυξηθεί πάνω από 50%, από τα μέσα Ιουνίου.
Κατά 60% από πέρυσι έχουν αυξηθεί οι τιμές της σόγιας, ενώ από ξηρασία πλήττονται και οι μεσοδυτικές πολιτείες των ΗΠΑ, μειώνοντας τις αποδόσεις των καλλιεργειών.
Η τιμή του καλαμποκιού έχει αυξηθεί κατά τουλάχιστον 45% από τα μέσα Ιουνίου.
Ο πρόεδρος της Παγκόσμιας Τράπεζας Τζιμ Γιονγκ Κιμ σημείωσε ότι η τράπεζα δεν μπορεί να επιτρέψει «οι βραχυπρόθεσμες αυξήσεις στις τιμές των τροφίμων να έχουν μακροπρόθεσμες συνέπειες για τους πιο φτωχούς και τους πιο ευάλωτους».
Τόνισε ότι η Τράπεζα και οι εταίροι της παρακολουθούν στενά την κατάσταση.
Όπως είπε, η Παγκόσμια Τράπεζα έχει καταρτίσει μια σειρά προγραμμάτων για να βοηθήσει τις κυβερνήσεις εάν η κατάσταση επιδεινωθεί.
Μεταξύ των δράσεων περιλαμβάνονται οι συμβουλευτικές υπηρεσίες και η αύξηση των επενδύσεων σχετικά με τη γεωργία.
Traduction - portugais O Banco Mundial lançou um alerta a respeito dos preços dos alimentos, declarando-se desde já disposto a oferecer assistência aos governos para estes poderem fazer face ao aumento nos preços de produtos alimentares.
O Banco Mundial chegou mesmo a assinalar que o aumento do preço dos alimentos afecta principalmente os cidadãos mais pobres, podendo ter consequências a longo prazo.
A seca na Rússia, na Ucrânia e no Cazaquistão, o calor que tem vindo a assolar a Europa, bem como o grau de precipitação abaixo da média registado na Índia são todos eles factores que agravam os receios face à colheita do trigo, cujo preço aumentou em mais de 50% desde meados de Junho.
O preço da soja aumentou em 60% desde o ano passado, num momento em que também são atingidos pela seca os estados do nordeste dos EUA, o que conduziu a uma redução no rendimento das culturas.
O preço do milho aumentou pelo menos 45% desde meados de Junho.
O presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, observou que o banco não pode permitir ''que os aumentos de preço dos alimentos tenham consequências a curto prazo para os mais pobres e mais vulneráveis.''
Sublinhou ainda que o Banco e os seus parceiros estão a acompanhar a situação de perto.
Conforme referiu, o Banco Mundial organizou uma série de programas que visam dar assistência aos governos caso a situação se deteriore.
As acções incluem serviços de consultoria, assim como um aumento nos investimentos na área da agricultura.
anglais vers portugais: Is “Grexit” at hand? Greece has only a couple of weeks left to convince its creditors
Texte source - anglais ON HIS visit to Athens this week, José Manuel Barroso, the head of the European Union (EU) Commission, brought a stern warning for Antonis Samaras, the new prime minister of a precarious right-left coalition government. Greece has only a couple of weeks left to convince its creditors that it can put economic reforms back on track. Should its latest plans for making €14.5 billion ($17.6 billion) of spending cuts over the coming two years be judged unrealistic, the next €31.2 billion loan tranche will again be held back.
If that happens, Greece would be unable to finish recapitalising its big banks. Without credit, the economy will seize up. Pensions and public-sector salaries would not be paid. A “Grexit” from the euro could occur within weeks. The worry for Greeks is that with Spain and Italy coming under attack in financial markets, some euro-zone members may be tempted to sacrifice Greece.
Two previous Athens governments have failed dismally since mid-2010 to implement reforms agreed on with the Commission and the IMF, thanks to widespread official corruption and a lack of political will. Mr Samaras opposed the first Greek bail-out while in opposition; he still wants, at some point, to renegotiate parts of the second.
Yannis Stournaras, the technocratic finance minister, has the difficult job of persuading Greece’s creditors that his government can do better than its predecessors. The troika of officials from the EU, IMF and European Central Bank were especially dismayed by a looming €3 billion gap in privatisation revenues this year, as well as by the lack of progress in cutting jobs in the public sector.
Just after the troika arrived, on July 25th, Mr Stournaras announced new bosses for the privatisation agency. And Antonis Manitakis, the public-administration minister, declared that five public-sector entities would be shut immediately and another 16 merged. Their 5,250 employees would retire or be transferred to other jobs. That is still far short of the 15,000 dismissals in 2012 agreed to by the previous government. Annual savings would be a modest €40m. Mr Manitakis promises another 180 mergers, with much bigger savings, within weeks. The civil service union is already threatening to strike. Will Mr Barroso and the troika think it is enough?
Traduction - portugais Durante a sua visita a Atenas esta semana, José Manuel Barroso, presidente da Comissão Europeia, deixou um aviso severo a Antonis Samaras, o novo primeiro ministro de um precário governo de coligação de centro-esquerda. A Grécia já só tem quinze dias para convencer os seus credores de que consegue tornar a pôr em marcha as reformas económicas. Caso os seus mais recentes planos para realizar cortes de 14,5 mil milhões de Euros (17,7 mil milhões de dólares americanos) sejam considerados irrealistas, a próxima tranche do empréstimo de 31,2 mil milhões de Euros será de novo retida.
Caso se venha a verificar semelhante cenário, a Grécia não será capaz de completar a recapitalização dos seus grandes bancos. Sem crédito, a economia estagnará. Não será possível pagar salários e pensões. A saída da Grécia do Euro poderá ocorrer dentro de semanas. A Grécia vê-se confrontada com o perigo de alguns membros da Zona Euro poderem ceder à tentação de sacrificarem este país, dado o ataque por parte dos mercados financeiros a que Espanha e Itália têm sido sujeitas.
Os dois anteriores governos gregos falharam redondamente, desde meados de 2010, as suas tentativas de concretizar reformas acordadas com a Comissão e o FMI, devido à corrupção generalizada do estado e à falta de vontade política. Enquanto fez parte da oposição, Samaras opôs-se ao primeiro resgate; e continua a querer, pelo menos a determinado momento, renegociar algumas partes do segundo.
Recai sobre o ministro das finanças, o tecnocrata Yannis Stournaras, a árdua tarefa de persuadir os credores da Grécia da capacidade do seu governo para fazer um trabalho melhor do que o dos seus antecessores. A troika, composta por funcionários da UE, do FMI e do Banco Central Europeu, mostrou-se consternada face à perspectiva de uma lacuna de 3 milhões de Euros nas receitas de privatização deste ano, bem como perante a falta de progresso nos cortes de postos de trabalho na função pública.
Imediatamente após a chegada da troika, a 25 de Julho, Stournaras anunciou os nomes dos novos dirigentes da agência responsável pela privatização. Para além disso, Antonis Manitakis, ministro da administração interna, anunciou o encerramento imediato de cinco entidades públicas, bem como a fusão de outras 16, com os respectivos 5,250 funcionários a serem transferidos para outros cargos. São números que ficam muito aquém dos 15,000 despedimentos para 2012 acordados pelo anterior governo. As poupanças realizadas serão de escassos 40 milhões de Euros. Manitakis entretanto prometeu mais 180 fusões, que originarão poupanças muito mais significativas, num espaço de semanas. O sindicato dos funcionários do estado já ameaça fazer greve. Resta saber se Barroso e a troika verão estas medidas como suficientes.
tchèque vers portugais: Panetta prozatím vyloučil útok na Írán / Panetta pôs de parte, por enquanto, um ataque ao Irão
Texte source - tchèque Tel Aviv – Americký ministr obrany Leon Panetta vyloučil během návštěvy Izraele, že by Spojené státy nyní vojensky zasáhly proti íránským jaderným zařízením. Dodal ale, že pro Spojené státy je prioritou zajistit pro Izrael a jeho obyvatele bezpečnost "pevnou jako skála". Musí se ale nejdřív vynaložit veškeré diplomatické úsilí.
Íránský jaderný program je tématem jednání amerického ministra obrany Leona Panetty s izraelskými představiteli. Panetta nyní vyloučil možnost vojenského zásahu v Íránu. "Musíme napřed vynaložit veškeré diplomatické úsilí", než by se sáhlo k vojenskému zásahu, prohlásil.
Nicméně pro Spojené státy je nadále prioritou zabránit Íránu v úsilí získat jadernou zbraň. "Prezident Barack Obama dal jasně na vědomí, že zabránit Íránu v získání jaderné zbraně je prioritou národní bezpečnosti USA a všechny možnosti zůstávají otevřené," řekl také americký ministr.
Leon Panetta v Izraeli:
"Naše země mají silné pouto. Nejen přátelské, ale i v oblasti bezpečnosti. Pracujeme společně na tom, abychom měli nejsilnější obranu a dokázali ochránit obě naše země."
A obavy z íránského jaderného programu má především Izrael. Už před cestou Panetta řekl, že respektuje právo Izraele rozhodovat se v otázkách obrany samostatně. Izrael se nicméně podle něj ještě k tomuto útoku nerozhodl a ministr očekává, že izraelští politici podpoří mezinárodní kampaň, která má Írán přimět ke spolupráci pomocí sankcí a diplomatického tlaku.
Jenže izraelský ministr obrany Ehud Barak nevěří, že by se Írán svého programu vzdal. Takovou možnost označil za "mimořádně chabou". "Írán chce zničit Izrael a to nepřipustíme. Záležitosti, které se dotýkají našeho osudu, naší existence, nepřenecháváme jiným, a to ani svým nejlepším přátelům," řekl v předvečer Panettovy návštěvy premiér Benjamin Netanjahu.
Traduction - portugais Tel Aviv - O Ministro da Defesa norte-americano Leon Panetta pôs de parte, durante a sua visita a Israel, um ataque militar dos EUA contra o equipamento nuclear iraniano. Acrescentou, porém, que a prioridade dos Estados Unidos é garantir a Israel e à sua população uma segurança ''sólida como um rochedo''. No entanto, para tal deverão, em primeiro lugar, ser envidados todos os esforços diplomáticos.
O programa nuclear iraniano é tema de negociações entre o ministro da defesa norte-americano Leon Panetta e representantes israelitas. Panetta excluiu por enquanto a possibilidade de um ataque militar contra o Irão. ''Há que explorar ao máximo a via diplomática primeiro'', antes de recorrer à intervenção militar, declarou.
A prioridade para os Estados Unidos, porém, continua a ser a de travar os esforços do Irão para obter armamento nuclear. ''O Presidente Barack Obama anunciou ainda que impedir o Irão de obter armamento nuclear é a prioridade da segurança nacional dos EUA e que todas as possibilidades se mantêm em aberto'', afirmou também o ministro norte-americano.
Leon Panetta em Israel: ''Existe uma ligação forte entre os nossos países. Uma ligação não só de amizade mas também na área da segurança. Desenvolvemos um trabalho conjunto no sentido de conseguirmos uma defesa mais forte e de protegermos ambos os nossos países.''
É sobretudo Israel que receia o programa nuclear iraniano. Antes mesmo da viagem, Panetta afirmou que respeita o direito de Israel tomar as suas decisões em matéria de defesa independentemente. Contudo, e segundo Panetta, Israel ainda não tomou uma decisão quanto a este ataque. O ministro prevê que os políticos israelitas declarem o seu apoio a uma campanha internacional destinada a persuadir o Irão a colaborar, através de sanções e de pressão diplomática.
Acontece, porém, que o ministro da defesa israelita Ehud Barak não acredita que o Irão renuncie ao seu programa de defesa. Apontou semelhante possibilidade como ''altamente improvável''. ''O Irão quer destruir Israel, o que nós não aceitaremos. Não deixamos assuntos respeitantes ao nosso destino, à nossa existência, nas mãos de outrem, nem dos nossos melhores amigos,'' afirmou o primeiro ministro Benjamin Netanyahu na véspera da visita de Panetta.
anglais vers portugais: Le Paraguay repris en main par l'oligarchie / Paraguai - a oligarquia retoma o poder
Texte source - anglais Le 4 juillet dernier, l’hebdomadaire brésilien Veja — le plus influent d’Amérique latine — dénonçait une « tentative de coup d’Etat au Paraguay » : pas celle, réussie, ayant conduit à la destitution du M. Fernando Lugo, le 22 juin dernier; mais celle, ratée, du président vénézuélien Hugo Chávez qui aurait tenté de faire renverser le « nouveau président », M. Federico Franco. Une opération « honteuse », proclamait la « Une » de la revue (2), qui semble ignorer que le renversement de M. Lugo a été condamné par plusieurs organismes de défense des droits de l’homme (dont la Fédération internationale des ligues de droits de l’homme [FIDG] et la Commission interaméricaine des droits de l’homme [CIDH])…
Malgré le soutien des grands médias privés de la région, le Paraguay se trouve isolé : seuls Taiwan et le Vatican reconnaissent pleinement le nouveau gouvernement. Le Marché commun du Sud (Mercosur) et l’Union des nations d’Amérique du Sud (Unasur) ont écarté le Paraguay de leurs enceintes en attendant le rétablissement de l’ordre démocratique : retour au pouvoir de M. Lugo ou nouvelles élections (prévues en 2013). L’activité commerciale commence à faiblir et la population craint une monté en flèche du prix des produits de base.
Moins de préoccupations du côté de l’oligarchie, qui a désormais repris l’intégralité du contrôle de l’administration. M. Lugo a été remplacé par son vice-président, M. Franco. Membre du Parti libéral radical authentique (PLRA, droite), ce dernier avait œuvré à la création de la vaste alliance ayant remporté le scrutin présidentiel d’avril 2008 ; il s’était néanmoins très vite employé à provoquer la destitution du président (3). Le PLRA a d’ailleurs quitté la coalition au pouvoir juste avant le 22 juin, de façon à se rallier aux autres partis politiques en vue de la destitution du président.
Les bénéficiaires du coup d’Etat se comptent en premier lieu parmi les grands cultivateurs de soja et les multinationales céréalières, dont Monsanto, Cargill et Rio Tinto Alcan : leurs porte-parole plus ou moins officiels font leur entrée au gouvernement :
– Le nouveau ministre de l’économie, M. Manuel Ferreira, conseillait hier l’Union des corporations de la production (UGP), un puissant lobby rassemblant les grands cultivateurs de soja et les représentants de l’agrobusiness.
– Le Service national de santé végétale et de semences (Senave) — qui régule et contrôle l’utilisation de pesticides et le type de semences autorisées dans le pays — sera désormais piloté par M. Jaime Ayala, qui dirige une société distribuant des pesticides (4). La première mesure du nouveau gouvernement a d’ailleurs été d’autoriser les (rares) semences génétiquement modifiées encore interdites sous la présidence Lugo.
– M. Francisco Rivas (PLRA) se maintient au ministère de l’industrie, dont M. Diego Zavala, avocat et lobbyiste de la société canadienne Rio Tinto Alcan a été nommé vice-ministre. Tous deux défendent l’installation de l’entreprise minière au Paraguay, contre l’avis de l’ancien vice-ministre des mines et de l’énergie comme de la Commission nationale des entités hydroélectriques du ministère des affaires étrangères (5), qui dénonçaient la perspective de dégâts environnementaux conséquents et l’aberration du tarif subventionné concédé à la société. Avec l’arrivée au pouvoir, de MM. Rivas, Zavala et Franco — lequel avait accepté l’invitation de la multinationale pour visiter du 24 au 26 octobre 2010 (6) ses installations au Canada —, l’avenir s’annonce plus rose pour Rio Tinto Alcan : le gouvernement semble déterminé à signer un accord dans les plus brefs délais.
Du côté des médias privés locaux, contrôlés par des groupes économiques favorables au coup d’Etat et peu entravés par une conception trop exigeante de la déontologie, les articles interrogeant la destitution de M. Lugo sont rares. Ceux qui font référence à la mobilisation de la population pour exiger son retour, encore plus. Seuls les médias publics — la Télévision publique et la Radio Nationale du Paraguay — les ont évoquées. Ils ont par la suite fait l’objet de pressions, d’actes de censure et plusieurs journalistes ont été licenciés pour des raisons politiques. Fátima Rodríguez, de la télévision publique, a ainsi été remerciée : le nouveau ministre de la Communication, M. Martin Sannemann, lui reprochait son engagement contre le coup d’Etat — n’avait-elle pas été aperçue regardant des photos de manifestants anti-Franco sur son ordinateur ? Les manifestations contre le gouvernement se succèdent néanmoins, et les dirigeants politiques qui ont voté le limogeage de M. Lugo éprouvent les plus grandes difficultés à se déplacer sans faire l’objet de protestations populaires (7).
La répression que craignent les partisans de M. Lugo et tous ceux qui défendent l’ordre démocratique aurait-elle débuté ? Le 16 juillet, lors d’une marche contre les coupes budgétaires que vient d’annoncer le nouveau gouvernement dans les programmes sociaux, la police a chargé contre les manifestants. Une jeune artiste, Irene Codas, a été grièvement blessée. Environ trois cents personnes travaillant dans différents programmes sociaux mis en place par le gouvernement Lugo ont été licenciées. Auprès de la Commission parlementaire de l’Union Européenne présente dans le pays depuis lundi dernier, elles ont dénoncé ce qu’elles considèrent comme une forme de persécution politique (8).
Mais le coup d’Etat aurait-il été possible si le pouvoir de M. Lugo ne s’était pas avéré si faible ? En dépit d’une vingtaine de tentatives de destitution depuis 2008, ses partisans n’avaient pas — semble-t-il — anticipé une telle situation. En outre, M. Lugo n’a jamais souhaité miser sur une alliance forte avec les organisations populaires, les fédérations paysannes ou les partis de gauche. Ceux-ci l’avaient d’ailleurs trouvé plus qu’hésitant dans la mise en œuvre de la réforme agraire, promise lors de la campagne présidentielle de 2008. Mais malgré les critiques adressées au gouvernement de M. Lugo, la gauche, les mouvements sans terres et les groupes progressistes se sont rassemblées au sein du Front de défense de la démocratie (FDD), qui organise la mobilisation au sein du pays et à l’étranger.
Alors que le printemps démocratique de l’Amérique latine — qui semblait avoir mis un terme aux années de dictatures militaires et de régimes néolibéraux et autoritaires — semble menacé, faudra-t-il se contenter de déclarations du type de celle de l’Union européenne, qui exprime timidement sa « préoccupation », bien loin de la condamnation (quasi-) unanime des pays sud-américains (9) ?
Traduction - portugais
Dia 4 de Julho, o semanário brasileiro Veja - o mais influente da América Latina - denunciou uma ''tentativa de golpe de estado no Paraguai'': não aquela que teve êxito e que levou à destituição de Fernando Lugo, dia 22 de Junho. Referia-se sim àquela que fracassou, a do presidente da Venezuela Hugo Chávez, que tentou derrubar o ''novo presidente'', Federico Franco. Uma operação ''vergonhosa'', segundo as parangonas da revista, que aparentemente desconhece que o derrube de Lugo foi condenado por vários organismos de defesa dos direitos humanos (incluindo a Federação Internacional das Ligas dos Direitos Humanos [FIDH] e a Comissão Interamericana dos Direitos Humanos [CIDH])...
Embora conte com o apoio dos grandes grupos da comunicação social da região, o Paraguai encontra-se isolado: apenas Taiwan e o Vaticano reconhecem plenamente o novo governo. O Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a União das Nações Sul-Americanas (Unasul) decidiram manter o Paraguai afastado das suas actividades até ser restabelecida a ordem democrática: significa isto o regresso de Lugo ao poder ou novas eleições (previstas para 2013). Registou-se o início de uma quebra na actividade comercial e a população receia uma subida brusca dos preços dos produtos de base.
Já a oligarquia mostra-se menos preocupada, tendo retomado por completo o comando da administração. Lugo foi substituído pelo seu vice-presidente, Franco. Membro do Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA, de direita), tinha orquestrado a criação da vasta aliança vencedora das eleições presidenciais de Abril de 2008; não tardou, no entanto, a provocar a destituição do presidente. De resto, o PLRA abandonou, pouco tempo antes de 22 de Junho, a coligação que se encontrava no poder, realiando-se aos outros partidos políticos, em antecipação da destituição do presidente.
Os principais beneficiários do golpe de estado são os grandes cultivadores de soja e as multinacionais produtoras de cereais, incluindo a Monsanto, a Cargill e a Rio Tinto Alcan: os seus porta-vozes oficiais entram para o governo:
- O novo ministro da economia, Manuel Ferreira, anterior conselheiro da União das corporações produtoras (UGP), um poderoso grupo de pressão que reúne os grandes cultivadores de soja, assim como os representantes do agronegócio.
- O Serviço nacional de fitossanidade e de sementes (Senave) – entidade reguladora e fiscalizadora da utilização de pesticidas e do tipo de sementes permitidas no país – passará a ser chefiada por Jaime Ayala, director de uma empresa distributora de pesticidas. De resto, a primeira medida do novo governo foi a de autorizar as (raras) sementes geneticamente modificadas ainda proibidas durante a presidência Lugo.
- Francisco Rivas (PLRA) irá permanecer no ministério da indústria, do qual Diego Zavala, advogado e lobista da empresa canadiana Rio Tinto Alcan, foi nomeado ministro adjunto. Ambos são a favor da instalação da empresa extractora no Paraguai, ao contrário do antigo ministro adjunto das minas e da energia, assim como da Comissão nacional das entidades hidroeléctricas do ministério dos negócios estrangeiros. Ambos apontavam a perspectiva de prejuízos ambientais decorrentes da aberração da tarifa subvencionada concedida à empresa. Com a chegada ao poder de Rivas, Zavala e Franco – que tinha aceitado o convite da multinacional para visitar as suas instalações no Canadá de 24 a 26 de Outubro de 2010 – prevê-se um futuro auspicioso para a Rio Tinto Alcan: o governo parece estar determinado a assinar um acordo com a maior brevidade.
Do lado da comunicação social privada local, controlada pelos grupos económicos favoráveis ao golpe de estado e pouco preocupada com exigências deontológicas excessivas, são raros os artigos que põem em causa a destituição de Lugo . Mais raros ainda são aqueles que referem a mobilização da população no sentido de exigir o regresso deste último. Apenas a comunicação social pública – a televisão pública e a Rádio Nacional do Paraguai – evocam estes assuntos. Foram de seguida sujeitas a pressões e censura. Vários jornalistas foram demitidos por motivos políticos. Foi esta a recompensa dada a Fátima Rodríguez, da televisão pública: o novo ministro da Comunicação, Martin Sanneman, apontava-lhe o seu empenho contra o golpe de Estado – terá sido vista a olhar para fotografias de manifestantes anti-Franco no computador? As manifestações contra o governo não deixam, todavia, de ter lugar, e os dirigentes políticos que votaram a favor da destituição de Lugo mal se conseguem deslocar sem serem alvo de protestos populares.
Terá tido início a repressão temida pelos apoiantes de Lugo e de todos aqueles que defendem a ordem democrática? Dia 16 de Julho, aquando de uma marcha contra cortes orçamentais que o governo acaba de anunciar nos programas sociais, a polícia atacou os manifestantes. A jovem artista Irene Codas foi gravemente ferida. Foram demitidas aproximadamente trezentas pessoas que trabalhavam em diversos programas sociais introduzidos pelo governo de Lugo. Denunciaram, junto da Comissão Parlamentar da União Europeia, que se encontra no país desde segunda-feira, actos por elas considerados formas de peseguição política.
Coloca-se, no entanto, a questão de saber se o golpe de estado teria sido possível se o poder de Lugo não se tivesse mostrado tão fraco. Apesar de aproximadamente vinte tentativas de destituição desde 2008, os seus defensores pareciam não ter antevisto semelhante situação. Para além disso, Lugo nunca quis apostar numa aliança forte com as organizações populares – as federações rurais e os partidos de esquerda. Estes últimos, de resto, tinham-no achado mais que hesitante na aplicação da reforma agrária, prometida na campanha presidencial de 2008. Porém, e apesar das criticas dirigidas ao governo de Lugo, a esquerda, os movimentos sem terra e os grupos progressistas reuniram-se no seio da Frente de defesa da democracia (FDD), responsável por organizar a mobilização tanto no país como no estrangeiro. Num momento em que a primavera democrática da América Latina – que parecia ter posto termo aos anos de ditaduras militares e de regimes neoliberais e autoritários – parece estar ameaçada, deveremos contentar-nos com declarações como a proferida pela União Europeia, que manifesta timidamente a sua ''preocupação'', longe da condenação (praticamente unânime) dos países sul-americanos?
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